Como a cidade de Querência do Norte ganhou um Hino? Alguém sabe dizer? É muito simples, e quem explica à todos Querecianos de Plantão é próprio escritor do Hino, Mário José Amadigi!
O Hino do município de Querência do Norte teve uma história preliminar interessante. Na época em que eu exercia o cargo de Secretário Administrativo, na gestão do prefeito José Edegar Pereira, veio-me à idéia regularizar uma situação que estava aberta: a criação de um Hino e um estudo heráldico para se definir a Bandeira e os Símbolos do Mu-nicípio.
Foi contratada uma empresa de Curitiba (ESIMPAR – Coordenação da Enciclopédia Simbológica Municipalista Paranaense), especializada na elaboração desse trabalho, que fez uma análise preliminar e criou o es-boço da futura Lei Municipal n° 022/89, de 05/09/1989. Um trabalho exaustivo, pois sempre havia coisas a serem acrescentadas ou corrigi-das.
Os mais antigos devem se lembrar que na primeira bandeira, o brasão era diferente e onde hoje aparece escrito o nome do Município, havia a frase: “Aqui se faz amigos”. Eu, particularmente, achava muito bonita essa frase, mas fomos convencidos a retirá-la colocando Querência do Norte no seu lugar. Heraldicamente era um erro omitir o nome do município, nos falaram.
A criação da música ficou acertada com o professor Gotardo Ângelo Gerum, mas ele precisava de uma letra. Foi quando me dispus a fazê-la. Nunca havia imaginado, nem sabia dos requisitos básicos para se colocar num hino. Fiquei pensando por vários dias. Fiz um estudo sobre o município. Cheguei à conclusão que não poderia omitir dos versos os rios, as várzeas, as planícies, a localização, a participação importante de nordestinos e gaúchos. Esse jogo de antíteses permitiu o acerto de opostos, que unidos formaram a força desbravadora do município. As-sim, estão registrados nos versos os quatro rios mais importantes, o povo que colonizou a cidade, as várzeas e as planícies tão dadivosas, destacando o verso mais importante para mim: Ó Querência Parana-ense! , que quer dizer o lugar mais lindo e gostoso de viver no Paraná.
Mas apesar de ter traçado e planejado o que seria colocado na letra, ela não saía. Escrevi por várias vezes e não gostava do que tinha escrito. Precisava de palavras vibrantes. Foi quando, um dia, em minha casa, parei para escutar uma música que o Fausto, meu filho, ainda bem criança, estava cantando. Ele repetia constantemente a palavra “avante” e aquilo serviu para que eu começasse o primeiro verso e cri-asse isso que a maior parte dos querencianos conhece: a letra do Hino de Querência do Norte.
Quando o Projeto de lei foi aprovado na Câmara de Vereadores e o Prefeito sancionou a Lei que oficializou o hino e os símbolos do muni-cípio, entendi que precisávamos ensaiar para cantá-lo. A Siloé de Lour-des Costa foi convidada e aceitou ser a coordenadora desse trabalho.
Naquela época, a Ana Maria, filha dela, estava fazendo um curso de piano e foi quem primeiro tocou a música, num instrumento que tinha em sua casa. A Siloé reuniu um grupo de pessoas que entendia de música, formando um coral que começou a ensaiar. Decidiu-se que no dia 05 de dezembro de 1990 – dia do Município – seria feita a primeira demonstração pública, sendo o hino cantado pelo coral pela primeira vez.
Nessa data, Querência do Norte recebia, de forma oficial, o seu hino. Os componentes do coral vestiram-se com as cores da bandeira do município, formando três blocos de cantores, que se colocou em frente do palanque oficial, onde se encontravam as autoridades municipais reunidas e a população ao redor, lotando a praça. Os cantores estavam uns vestidos de branco, outros de verde e os terceiros de azul. Foi uma apresentação emocionante e não consegui conter as lágrimas no seu término. A população, entusiasmada, bateu palmas.
Só mais tarde consegui entender a importância daquela letra. Quando das minhas idas a Querência do Norte, tornou-se comum encontrar crianças que desejavam me conhecer, umas tímidas, outras curiosas, mas todas vinham e me abraçavam. Várias me cantavam o hino para que eu ouvisse e me emocionasse muito mais do que da primeira vez.
INTERPRETAÇÃO DO HINO DE QUERÊNCIA DO NORTE
Letra: Mario José Amadigi
Música: Gotardo Ângelo Gerum
Avante, Querência do Norte,
Rainha do meu noroeste!
Corajosa e sempre tão bela,
És o berço de um povo forte!
Das águas do Rio Paraná,
Nos peixes do teu Ivaí,
Do Caveira e do Juriti,
Tudo é rico, tudo é vasto!
Ó Querência Paranaense!...
As tuas terras contêm riquezas,
Quer nas vastidões das planícies,
Nas várzeas ou nas correntezas.
Recanto amado de tantos povos,
Une os gaúchos e os nordestinos,
Alimentando de sonhos novos,
Quer os idosos, quer os meninos.
Nosso obrigado, pioneiros,
Ó desbravadores desta terra!
Deram a nós um berço dourado,
Cheio de paz, isento de guerra.
INTERPRETANDO
- A primeira estrofe é uma exaltação ao povo que mora ali, destacando sua coragem e incentivando-o a progredir.
- A segunda estrofe faz uma localização territorial, servindo-se dos rios evidenciando a riqueza e a grandeza das águas.
- A terceira estrofe é uma menção das riquezas naturais do município e a glorificação do lugar.
- A quarta menciona o espaço onde os mais diversos povos e idades vi-vem em harmonia, sempre almejando o progresso.
- A quinta é um agradecimento e menção dos sacrifícios enfrentados pelos pioneiros para deixarem um lugar tranqüilo e confortável.
NOTA
O poema original é formado de cinco estrofes, dispostas em forma de quadras.
Fonte: Capitulo do livro Coisas de Política
Autor: Mario José Amadigi
Obrigado Mário José Amadigi pelas bela história!
Foi contratada uma empresa de Curitiba (ESIMPAR – Coordenação da Enciclopédia Simbológica Municipalista Paranaense), especializada na elaboração desse trabalho, que fez uma análise preliminar e criou o es-boço da futura Lei Municipal n° 022/89, de 05/09/1989. Um trabalho exaustivo, pois sempre havia coisas a serem acrescentadas ou corrigi-das.
Os mais antigos devem se lembrar que na primeira bandeira, o brasão era diferente e onde hoje aparece escrito o nome do Município, havia a frase: “Aqui se faz amigos”. Eu, particularmente, achava muito bonita essa frase, mas fomos convencidos a retirá-la colocando Querência do Norte no seu lugar. Heraldicamente era um erro omitir o nome do município, nos falaram.
A criação da música ficou acertada com o professor Gotardo Ângelo Gerum, mas ele precisava de uma letra. Foi quando me dispus a fazê-la. Nunca havia imaginado, nem sabia dos requisitos básicos para se colocar num hino. Fiquei pensando por vários dias. Fiz um estudo sobre o município. Cheguei à conclusão que não poderia omitir dos versos os rios, as várzeas, as planícies, a localização, a participação importante de nordestinos e gaúchos. Esse jogo de antíteses permitiu o acerto de opostos, que unidos formaram a força desbravadora do município. As-sim, estão registrados nos versos os quatro rios mais importantes, o povo que colonizou a cidade, as várzeas e as planícies tão dadivosas, destacando o verso mais importante para mim: Ó Querência Parana-ense! , que quer dizer o lugar mais lindo e gostoso de viver no Paraná.
Mas apesar de ter traçado e planejado o que seria colocado na letra, ela não saía. Escrevi por várias vezes e não gostava do que tinha escrito. Precisava de palavras vibrantes. Foi quando, um dia, em minha casa, parei para escutar uma música que o Fausto, meu filho, ainda bem criança, estava cantando. Ele repetia constantemente a palavra “avante” e aquilo serviu para que eu começasse o primeiro verso e cri-asse isso que a maior parte dos querencianos conhece: a letra do Hino de Querência do Norte.
Quando o Projeto de lei foi aprovado na Câmara de Vereadores e o Prefeito sancionou a Lei que oficializou o hino e os símbolos do muni-cípio, entendi que precisávamos ensaiar para cantá-lo. A Siloé de Lour-des Costa foi convidada e aceitou ser a coordenadora desse trabalho.
Naquela época, a Ana Maria, filha dela, estava fazendo um curso de piano e foi quem primeiro tocou a música, num instrumento que tinha em sua casa. A Siloé reuniu um grupo de pessoas que entendia de música, formando um coral que começou a ensaiar. Decidiu-se que no dia 05 de dezembro de 1990 – dia do Município – seria feita a primeira demonstração pública, sendo o hino cantado pelo coral pela primeira vez.
Nessa data, Querência do Norte recebia, de forma oficial, o seu hino. Os componentes do coral vestiram-se com as cores da bandeira do município, formando três blocos de cantores, que se colocou em frente do palanque oficial, onde se encontravam as autoridades municipais reunidas e a população ao redor, lotando a praça. Os cantores estavam uns vestidos de branco, outros de verde e os terceiros de azul. Foi uma apresentação emocionante e não consegui conter as lágrimas no seu término. A população, entusiasmada, bateu palmas.
Só mais tarde consegui entender a importância daquela letra. Quando das minhas idas a Querência do Norte, tornou-se comum encontrar crianças que desejavam me conhecer, umas tímidas, outras curiosas, mas todas vinham e me abraçavam. Várias me cantavam o hino para que eu ouvisse e me emocionasse muito mais do que da primeira vez.
INTERPRETAÇÃO DO HINO DE QUERÊNCIA DO NORTE
Letra: Mario José Amadigi
Música: Gotardo Ângelo Gerum
Avante, Querência do Norte,
Rainha do meu noroeste!
Corajosa e sempre tão bela,
És o berço de um povo forte!
Das águas do Rio Paraná,
Nos peixes do teu Ivaí,
Do Caveira e do Juriti,
Tudo é rico, tudo é vasto!
Ó Querência Paranaense!...
As tuas terras contêm riquezas,
Quer nas vastidões das planícies,
Nas várzeas ou nas correntezas.
Recanto amado de tantos povos,
Une os gaúchos e os nordestinos,
Alimentando de sonhos novos,
Quer os idosos, quer os meninos.
Nosso obrigado, pioneiros,
Ó desbravadores desta terra!
Deram a nós um berço dourado,
Cheio de paz, isento de guerra.
INTERPRETANDO
- A primeira estrofe é uma exaltação ao povo que mora ali, destacando sua coragem e incentivando-o a progredir.
- A segunda estrofe faz uma localização territorial, servindo-se dos rios evidenciando a riqueza e a grandeza das águas.
- A terceira estrofe é uma menção das riquezas naturais do município e a glorificação do lugar.
- A quarta menciona o espaço onde os mais diversos povos e idades vi-vem em harmonia, sempre almejando o progresso.
- A quinta é um agradecimento e menção dos sacrifícios enfrentados pelos pioneiros para deixarem um lugar tranqüilo e confortável.
NOTA
O poema original é formado de cinco estrofes, dispostas em forma de quadras.
Fonte: Capitulo do livro Coisas de Política
Autor: Mario José Amadigi
Obrigado Mário José Amadigi pelas bela história!