Produtores de arroz irrigado de Querência do Norte e cidades vizinhas já começaram o plantio da safra 2010/2011, a expectativa é de boa safra com aumento de 6% na área cultivada. “Só Querência do Norte é responsável por cerca de 20% de todo o arroz consumido no Paraná, esperamos para essa safra preços melhores, já que o custo de produção ainda continua muito alto”, destacou Kleber Hudson Canassa, presidente da Associação de Produtores de Arroz Irrigado do Paraná.
A expectativa é de que os produtores da região recuperem as perdas da safra 2009/2010, que teve redução de 20% devido às cheias dos Rios Paraná e Ivaí que atingiram as áreas cultivadas no período de floração do grão. De acordo com o balanço do Deral (Departamento de Economia Rural) a área de cultivo de arroz irrigado cresceu 6% em relação à safra 2009/2010, são cerca de 20.482 alqueires de áreas alagadas semeadas com arroz.
Os produtores reclamam dos baixos preços praticados, a saca de arroz de 60 quilos está cotada em R$ 34,00 enquanto que o custeio da mesma saca fica em R$ 32,00, o que significa um lucro de apenas R$ 2,00 para o produtor rural por saca comercializada. “A própria tabela da Conab aponta os baixos preços praticados, a política de preço mínimo não existe para o arroz”, reclama Canassa.
O preço mínimo da saca de arroz pela planilha da Conab está cotado entre R$ 25,80 a R$ 28,23, enquanto que o custeio apontado pelo produtor ultrapassa a casa dos R$ 30,00. Uma das medidas que o governo pode tomar para elevar o preço pago aos produtores seria o leilão do produto, que baixaria os estoques nos armazéns da Conab.
A alta taxação do produto e a entrada de arroz dos países do Mercosul também são apontados como os grandes vilões responsáveis pelos baixos preços pagos aos produtores paranaenses.
Enquanto que o produtor brasileiro é taxado em todo processo de produção, agricultores do Paraguai, Argentina e Uruguai despejam sua produção livre de impostos, incluindo o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). “Queremos que os impostos sob o arroz diminuam, como aconteceu com o feijão, o governo tem que estabelecer políticas públicas que visem o produtor rural brasileiro”, disse Canassa.
Segundo o Deral, o Paraná produz apenas 30% do arroz que consome, demanda que é atendida com o produto trazido do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O maior produtor paranaense planta 4,5 mil hectares. De acordo com o órgão, nesta safra estão sendo cultivados 22 mil hectares de arroz sequeiro, com produção esperada de 50 mil toneladas, e 20 mil hectares de arroz irrigado, com estimativa de colheita de 130 mil toneladas.
No Brasil, o indicador mais recente da safra nacional, divulgado pela Conab, prevê colheita de 12,030 milhões de toneladas, 4,5% abaixo do produzido em 2008/09. O consumo está estimado em 12,850 milhões de toneladas.
FONTE: http://www.diariodonoroeste.com.br/
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